terça-feira, setembro 04, 2007

Mordidinhas.

É incrível com as pessoas têm medo umas das outras.

E não estou tirando meu barquinho dessa maré não.

Eu estava pensando nisso essa madrugada, enquanto lia uma novelinha. A menina estava com medo do mocinho. O temor não era do mocinho agarrá-la e beijá-la a força. O medo era de como ela reagiria ao beijo repentino do galã.

Essas frases de vó deveriam ser mais levadas a sério: "Filha, não tenha medo, eu não mordo não"

Ninguém morde mesmo. No fundo, a gente sabe que ninguém morde. E o medo que a gente tem é nosso. Eu tenho medo de mim mesma. E de como eu vou reagir ao outro. Não do que o outro vai me fazer. O medo é de se jogar. Serve para qualquer coisa.

Por isso, eu sou um exemplo típico do que chamo de alergia social. Enquanto eu não parar de colocar a minha culpa nos outros, eles vão me morder. E eu vou continuar fingindo que não tenho dentes.

Por favor, macacos não me mordam. As vezes é bom assumir algumas coisas.



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