quarta-feira, maio 30, 2007

A teoria das propagandas de cueca no mundo político social contemporâneo democrata cristão

O título é auto-explicativo.

Parte 1 - O público-alvo

Os homens. Os homens não gostam de usar cuecas. Não ligam para suas cuecas. Não dão a mínima se sua peça íntima é de marca, é azul, bege, furada ou com freada de moto. A única lei é: não machucar o dito cujo.
Considerando esse semi-antigo posicionamento perante as ceroulas, as propagandas de cueca tinham somente um único alvo: as mulheres. Esposas ou mães dos donos da cueca.
Essas sim costuma(va)m ligar: "Onde já se viu, meu homem andar com cueca furada"
E ele pensa: "Ninguém vê, porra, por quê eu preciso usar uma cueca bonita?"

É por isso então, que todos as propaganda de cueca usavam homens gostosos vestindo um cuequinha ridícula e um sorriso maroto. Ou uma cara sensual que só o Latino sabe fazer melhor.



Homem que é "homem", não quer ver macho pelado. Ao contrário da mulheres de sua vida, que não perdem uma oportunidade, uma despedida de solteira, para se enfiar no Clube das Mulheres. E, repetindo, os machos preferem estar com o pingolim (essa palavra é boa) livre, como diz minha vovó.

Parte 2 - O conteúdo

Atualmente, as marcas notaram uma mudança nesse contexto cuequístico. Um novo homem, que se importa pelo menos um pouco com o que anda acontecendo na suas partes íntimas. E nem precisa ser metrossexual para se preocupar com o visual underwear. Basta ter anseio por liberdade e por não passar rídiculo em determinadas horas de sua vida. O sexo masculino começa a ser, finalmente,o alvo daquilo que realmente lhe pertence por inteiro, até em um casamento sem separação de bens: suas ceroulas.
Quando as fabricantes se tocaram desse fato, já perceberam que sensualidade não iria colar. Apelo sexual é pra calcinha, sutiã e gostosonas com cara de meretriz. A cueca é muito maior, mais macho, mais intelectual, mais verdadeira. A cueca é digna de um tom de humor. Daqueles que faça o homem virar para o colega, arrotar e comentar: "como somos machos e malandros, não? Vem aqui, me dê um abraço! Nem assim estragaremos nossa masculinadade".




E pelo bom humor da cueca, podemos usar livremente trocadilhos. Um universo de piadinhas para redatores infames. Muitos passarinhos, gaiolas, júnior, piu-piu e tudo mais. A própria foto do homem de nu é no mínimo tosca, e não sensual. Uma anedota à parte.





O exemplo que vocês devem estar pensando é exatamente o que eu vou usar. O cantor Daniel (brega) de cueca preta (brega), em uma pose sensual (brega) e com o slogan: Mash que eu gosto (brega e não dirigido para heterossexuais). O próprio cartaz, encontrado em ônibus, o torna mais engraçado. Ficar olhando a cara de imbecil do Daniel é uma atividade sensacional que exige no mínimo uns dois minutos do seu tempo no trânsito. Um homem,olhando aquele anúncio, se sente o mais macho, ao ver que existe gente pior que ele no mundo e mais cara-de-pau, com perdão do trocadilho.


A imagem do Daniel de cuecas não foi encontrada. Após se observar no busdoor, percebeu que não havia no mundo ninguém mais rídículo do que ele e resolveu tirar a pérola de circulação. Como se suas músicas não fossem da mesma categoria da propaganda.


Parte 3 - A mensagem

Neste item, vamos para a origem desse post. Outro dia, eu ouvi no rádio o jingle da Zôrba (cujo logo é um passarinho). Escrachadíssimo e ultra mudéérrrrno para o mundo das cuecas. Uma música de strip-tease com o seguinte slogan:

"Zôrba, por que é você quem sabe onde o bicho pega."

UÓtimo. Nunca que um jingle de cuecas me chamaria a atenção, mas conseguiu. Primeiro porque apresentava uma visão machista/engraçada falando que mulher não tem que se intrometer (ai, ai) onde não é chamada e tal.



Mash. Ainda rídiculo, mas menos sensual (que no mundo das cuecas é sinônimo de grotesco) que o Daniel.



Uma abordagem mais carinhosa. Menos infame.


Esse jingle pega no homem, balança, e ainda de sobra consegue catar umas mulheres como eu, que se sensibilizam com qualquer jinglezinho mais chamativo, exótico, amante do universo brega e que fala o português claro.

Pega exatamente onde só o homem sabe. Assim como só mulher entende de O.B . Permite ao macho assumir suas cuecas bonitinhas sem se considerar uma frutinha sem munhecas. O homem tem motivos para escolher as suas cuecas SIM, porque tá olhando hein? hein?

Segundo Gabriel Klintowitz, publicitário e usuário casual de cuecas:

" Eu gosto de cuecas bonitas. Mais que a cor, eu vejo o elástico." De resto, todas as cuecas são iguais, mas todo homem tem aquela cueca ESPECIAL."



Não conseguimos fotos dos entrevistados

Ou segundo Paulo Roberto:

"Ai, cueca é tudo igual, meu. Até compro no supermercado. Sempre que eu vou pra Votuporanga, minha mãe me presenteia com cuecas e meias. Mas sempre existe aquela MAIS confortável."


E é exatamente nesse ponto que a Zorba pegou:
Você é macho e não precisa esconder cueca especial de ursinhos, suuuper confortável. Nós sabemos que você tem seus motivos. Vai lá escolher a zorba bonita de seda italiana, enquanto toma a sua cerveja gelada.

Matou a cobra, mostrou o pau. Chutou o pau da barraca.

Ponto para o passarinho amarelo. Tchu tchu tchu tchu.
Para ver o Daniel e seu violão: http://www.mash.com.br/
Acompanhe também a história das cuecas.

terça-feira, maio 22, 2007

Voce se lembra que...

Eu ia escrever algo aqui, mas aí eu parei para espirrar e esqueci completamente. Não consigo lembrar de jeito maneira.

Logo o tema do post virou: minha memória é pior que a Maria Alice Vergueiro.

Essa sensação de branco é pessima. Você faz de tudo para recordar e nada. E SE eu lembrar do assunto será só daqui 8 horas, quando eu já não tiver mais nenhum interesse em saber, pois estarei pensando em algo muito mais inútil, como os próximos secretos projetos das ex malandrinhas do Sr. rei Sérgio Malandro.

Isso me lembrar de um história de um amigo do meu pai, que durante um assalto, foi tão agredido que ficou em coma e quando voltou não se lembrava de nada da sua vida. E o pior: sua mulher estava grávida.

Imagina você chegar em casa, crente que é um sozinho no mundo. Então você abre a porta, tem uma mulher com uma barriga gigante, te chamando de meu amor. E você tem que aceitar, afinal, não é culpa dela que você não a ama mais por causa de uma paulada na cabeça.

Éééé, a vida é difícil meus amigos. Tanto para vítimas de assalto, quanto para as pessoas que acham um absurdo a lógica de acentos do Mac. Cada um com seus problemas.

E vou deixar anotado aqui para eu não esquecer o próximo post: a teoria das propagandas de cueca e a nova música do Red Hot Chilli Peppers.

Tchau, que eu vou arranjar um remédio para memória.

sexta-feira, maio 18, 2007

mil choppis e dois pasteu

Os blogs que eu geralmente mais gosto, são aqueles com um tema bem específico, original, que não tenha nem como copiar de tão especifíco que é.

Um exemplo dessa espécie de página virtual muito segmentada é o blog 1000 chopps - http://milchopps.blogspot.com (a droga desse mac não me permite colocar hiperlinks)
O blog tem apenas um único objetivo de existir: contar a trajetória de três meninas durante a mais importate missão da vida delas, auto-explicada pelo nome do próprio blog:

beber mil chopps.

Anterormente, o objetivo era beber mil chopps antes do Romário fazer o milésimo gol, mas infelizmente o baixinho parrudo foi mais rápido.

Elas dão dicas de bar, de ótimos chopps da cidade do Rio, falam de filosofia de boteco, entre outros assuntos inutéis, que são muito do meu interesse.

E agora eu virei jabazeira. E o pior: sem ganhar nada.

quarta-feira, maio 16, 2007

A volta dos que nao foram

Voltei de onde eu nunca fui.

Sim, eu não fui para lugar nenhum. Fiquei aqui. Só que não fiquei aqui sem fazer nada. Aí fode. Fiquei pela redondezas, mas fiquei tempo de aparecer por aqui ou ficar na frente do meu sofá, vendo televisão inútil e comendo porcarias deliciosas. Então não adiantou nada continuar presente.

A pior coisa de trabalhar é não ter tempo para fazer as coisas que você realmente gosta. Se você não tem tempo para fazer o que curte, trabalhar perde uma bela parte de seu sentido. Pelo menos para mim. Ainda mais, quando se ganha uma miséria.

Não que a minha insatisfação faça eu me movimentar para mudar algo, ao contrário, só me faz sentir vontade de desabafar e pós xilique, optar novamente pelo comôdo.

Na verdade, essa baboseira toda é só pra dizer que um dos blogs terá que acabar. Se não consigo sustentar um filho, como sustentar dois? E em questão de gravidez de blogs, não tem como previnir. A merda tá feita. Não há aborto que apague. e Agora que o filho cresceu, eu não quero que suma. Será que eu o deixo abandonado, porém existente, na sucata da internet? Será que eu apago esse novo?

O que eu faço? Aceito míseras sugestões.