Toda criança apelida alguma velha que conhece de bruxa do 71 ou de Dona florinda. Por mais que a semelhança as personagens seja nula, ou a senhora não more no apê da Dona Clotilde.
Um elevador. A velha entra.
Dona Florinda: Olá, tudo bem, bonitinha?!
Menina: não.
Olhar fulminate da mãe
Dona Florinda: por quê?
Menina: porque você é feia.
Sinceridade infantil é ótimo. Um tapa na cara da maternidade em excesso. E daqueles que estão acostumados a comer com oito tipos de garfo e dobrar a alface em oitos partes, para não cometer a deselegância que é cortar a folha.
Bons tempos em que eu chamava a velha de feia. Era tão mais fácil. O pior que poderia acontecer era aquele beslicão de mãe. Que nem dói, mas também não é um afago.
"Ai Cristina, deixa a menina, criança é assim mesmo".
Hoje em dia todo mundo tem escrúpulos para tudo.
Ninguém recebe o perdão infantil.
E depois reclamam que a gente não é verdadeiro.
-Estou gorda?
-Magina, você tá linda.